quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Mostardas - Rota dos Sonhos

Este município foi constituído exclusivamente de áreas do município de São José do Norte.
Os registros históricos citam que, em 1742 já existia um posto de vigilância denominado "Guarda de Mostardas", na área onde hoje compreende o município.
A freguesia de Mostardas foi criada pelo alvará datado de 18 de janeiro de 1773, sob o nome de São Luiz Rei da França.
Quanto a denominação de "Mostardas", pairam muitas dúvidas, pois nenhum documento foi encontrado dando conta sobre o assunto, mas a tradição oral levanta algumas possibilidades: a quantidade abundante do vegetal comestível nativo da região, o náufragio de um navio francês denominado Mostardas que teriam se abrigado na região e um comerciante que estabeleceu-se juntoao Posto de Vigilância de sobrenome Mostardas.



Rio de Janeiro - Rota dos sonhos " A cidade dos Sonhos"

A História do estado do Rio de Janeiro
Povos Indígenas - Os Primeiros Habitantes
Na região atual do Estado do Rio de Janeiro, os habitantes que os colonizadores europeus primeiro encontraram foram os TUPINAMBÁS, da família TUPI, espalhados, aos milhares, em aldeias formadas por cerca de 500 a 3000 indígenas cada.
Os povos da família TUPI e os da família PURI (menos conhecidos, mas ocupando grande extensão do território do Estado do Rio) foram os que contribuíram, decisivamente, para a formação étnica do povo fluminense.
Pode-se dizer que nas terras do Estado do Rio de hoje viveram indígenas de pelo menos vinte idiomas diferentes, pertencendo todos (menos um não classificado) a quatro grandes família linguísticas (Tupi, Puri, Botocudo e Maxacali). Sua localização é imprecisa: a procura de novas terras para plantio e territórios para caça, os conflitos intertribais, a busca legendária “Terra Sem Males” ou “Paraíso Terrestre” e, sobretudo, a fuga da escravidão pelos colonizadores, provocaram sua constante movimentação.
Grupos indígenas no Estado do Rio de Janeiro em diferentes momentos da Colônia. (Pesquisa realizada pelo Programa de Estudos dos Povos Indígenas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro) :
A família Tupi ou Tupi-Guarani Tupinambá ou Tamoyo nas zonas de lagunas e enseadas do litoral do Cabo Frio até Angra dos Reis;
Temiminó ou Maracajá, na Baía de Guanabara;
Tupinikim ou Margaya, no litoral norte fluminense e Espírito Santo;
Ararape ou Arary, no vale do Paraíba do Sul;
Maromomone ou Miramomim, na antiga missão de São Barnabé.
A família Puri (vinculada pelo pesquisador Aryon Rodrigues ao tronco Macro-Jê).
Puri, Telikong ou Paqui, nos vales do Itabapoana e Médio Paraíba e nas serras da Mantiqueira e das Frecheiras, entre os rios Pomba e Muriaé. Estava dividida em três sub-grupos: Sabonan, Uambori e Xamixuma;
Coroado, em ramificações da Serra do Mar e nos vales dos rios Paraíba, Pomba e Preto. Subdividida em vários grupos entre os quais, Maritong, Tamprum e Sasaricon;
Coropó no rio Pomba e na margem do Alto Paraíba;
Goitacá, Guaitacá, Waitaka ou Aitacaz, nas planícies e restingas do Norte Fluminense, em áreas próximas ao Cabo de São Tomé, no território entre a Lagoa Feia e a boca do rio Paraíba. Subdividida em quatro grupos: Goitacá-Mopi, Goitacá-Jacoritó, Goitacá-Guassu e Goitacá-Mirim;
Guaru ou Guarulho, falada na Serra dos Órgãos e também nas margens dos rios Piabanha, Paraíba e afluentes, incluindo o Muriaé, com suas ramificações por Minas Gerais e Espírito Santo;
Pitá, na região do rio Bonito;
Xumeto, na Serra da Mantiqueira;
Bacunin, no rio Preto e próximo à atual cidade de Valença;
Bocayú, nos rios Preto e Pomba;
Caxiné, na região entre os rios Preto e Paraíba;
Sacaru, no vale do Médio Paraíba; .Paraíba, também no Médio Paraíba.
A família Botocudo (pertencente ao tronco Macro-Jê), Aimoré ou Batachoa, nos vales do rio Itabapoana e na região do rio Macacu) A família Maxacalí ou Mashakali (vinculada por Aryon Rodrigues ao tronco Macro-Jê).
Maxacalí ou Mashakali, falada na área do rio Carangola, nas atuais fronteiras do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais.
Língua não-classificada .Goianá, Guaianá ou Guaianã, cujos falantes estavam concentrados na Capitania de São Vicente. Alguns foram localizados na Ilha Grande, em Angra dos Reis e em Parati.


Fonte: http://www.governo.rj.gov.br/
http://www.rioguiaoficial.c

Pelotas - Rota dos Sonhos

 

A histórica do surgimento do município data de junho de 1758, através da doação que Gomes Freire de Andrade, Conde de Bobadela, fez ao Coronel Thomáz Luiz Osório, das terras que ficavam às margens da Lagoa dos Patos. Fugindo da invasão espanhola, em 1763, muitos dos habitantes da Vila de Rio Grande buscaram refúgio nas terras pertencentes a Thomáz Luiz Osório. A eles vieram juntar-se os retirantes da Colônia do Sacramento, entregue pelos portugueses aos espanhóis em 1777, cumprindo o tratado de Santo Ildefonso assinado entre os dois países.
    Em 1780, o português José Pinto Martins, que abandonara o Ceará em conseqüência da seca, funda às margens do Arroio Pelotas a primeira Charqueada. A prosperidade do estabelecimento, favorecida pela localização, estimulou a criação de outras charqueadas e o crescimento da região, dando origem à povoação que demarcaria o início da cidade de Pelotas.
    A Freguesia de São Francisco de Paula, fundada em 07 de Julho de 1812 por iniciativa do padre Pedro Pereira de Mesquita, foi elevada à categoria de Vila em 07 de abril de 1832. Três anos depois o Presidente da Província, Antônio Rodrigues Fernandes Braga, outorgou à Vila os foros de cidade, com o nome de Pelotas, sugestão dada pelo Deputado Francisco Xavier Pereira. O nome originou-se das embarcações de varas de corticeira forradas de couro, usadas para a travessia dos rios na época das charqueadas.
    A grande expansão das charqueadas fez com que Pelotas fosse considerada a verdadeira capital econômica da província, vindo a se envolver em todas as grandes causas cívicas. Pelotas tem a segunda maior concentração de curtumes do Estado e uma das maiores capacidades curtidoras de couro e peles do Brasil.
    O município tem tradição na cultura do pêssego e aspargo. A produção do leite é o grande destaque na pecuária, constituindo a maior bacia leiteira do Estado. Pelotas apresenta um comércio ágil e diversificado com serviços especializados e empresas de pequeno, médio e grande porte.

Tramandaí - Rota dos Sonhos

                      
Histórico

Com a revisão do Tratado de Tordesilhas as terras do Sul do país passaram para os portugueses. Em l680, cria-se a Colônia do Sacramento para garantir o direito de posse destas terras. A sobrevivência do território dependia de Laguna e o direito entre estes dois pontos era feito através do litoral.
Começa o desenvolvimento do gado, das charqueadas e extração do ouro. Depois de 1700, intensifica-se o caminho dos tropeiros. Surgem os primeiros rincões e invernadas de tropas.
Tramandaí transforma-se em caminho de aventureiros em demanda das possessões espanholas, os bandeirantes que vinham aprisionar índios, jesuítas espanhóis e portugueses, soldados que passavampara a Colônia do Sacramento, etc.
O rio Tramandaí ficou conhecido porque oferecia obstáculo natural a todos que por aqui passavam. O povoado de Tramandaí, oficialmente inicia-se em 26 de outubro de 1732, quando Manoel Gonçalves Ribeiro recebe a 1ª Sesmaria do Estado no local chamado “Paragem das Conchas”.
O nome do povoado deve-se ao rio que era notável por sua piscosidade. Tramandaí inicia-se às margens do rio, com ranchinhos de palha que os pequenos pescadores erguiam para a temporada de pesca. Depois, passaram a se fixar aí pela abundância do pescado. Mais gente chegava de Laguna. Também pequenos agricultores da região estabeleceram-se aqui como comerciantes, porque nesta época, 1906, Tramandaí já era procurada como balneário. Havia aproximadamente 80 casas. Dois hotéis já funcionavam durante o verão: Hotel Saúde e Hotel Sperb. A economia passa a girar em torno da pesca e do veraneio.
Em 1908 é construída a primeira capela de Tramandaí, Nossa Senhora dos Navegantes.
Melhorando a via de acesso ao Litoral com a construção da estrada em 1939, a cidade começa a se desenvolver, recebendo grande impulso quando a Petrobrás inaugura o TEDUT nesta região, em 1968. A emancipação político-administrativa de Tramandaí aconteceu em 24 de setembro de 1965, quando Tramandaí emancipou-se do município de Osório.
Com a pesca escasseando e sentindo-se a necessidade de novas habitações para todos que procuram essa praia para o lazer e descanso, a economia passa a girar em torno de nova fonte de renda: a construção civil.
Tramandaí se modifica: mesmo na época de inverno, bares e restaurantes abrem suas portas à noite, o que antes não acontecia.
Hoje, Tramandaí vive duas vidas distintas: a de verão, atendendo e acolhendo milhares de veranistas, oferecendo seu lado de lazer, programações intensas e a de inverno, para aqueles que procuram momentos saudáveis e tranqüilos à beira mar.
Tramandaí, a origem do nome é tupi-guarani, aparece em documentos antigos com diversas grafias: Taraman, Tramandi, Termandi, Tramando, Taramandahy, Tamandatay – Tramandahy.
Possíveis significados: Rio dos meandos (sinuoso); Rio roedor (havia muita capivara e ratão do banhado); lugar onde se cerca para colher (pescar com redes).
Referências Bibliográficas: Livro- Tramandaí Terra e Gente - 2ª Edição/1986-Pallotti - Produção Editorial: AGE- Assessoria Gráfica Editorial Ltda. Autoras: Leda Saraiva Soares e Sonia Purper.
Fonte: http://www.tramandai.rs.gov.br/


Prefeitura Municipal de Tramandaí
End: Av. da Igreja, nº 346
Bairro: Centro
CEP: 95590-000
Rio Grande do Sul/Brasil
Edegar Munari Rapach

Osório - Rota dos Sonhos

Osório, centro de entrada para o litoral norte gaúcho. Milhares de turistas uruguaios, argentinos e gaúchos cruzam todos os anos por ela, pela BR 290 - Estrada General Osório - Free Way -, BR 101 e RS 389 - Estrada do Mar-.  É uma cidade promissora; localizada estratégicamente entre a capital – Porto Alegre e Torres - marco de saída do Estado. Possui uma excelente infraestrutura: pavimentação pública nas vias urbanas; rede de saneamento básico com esgoto tratado; Centro Cultural e Educacional em expansão, com a Faculdade Cenecista de Osório – FACOS; implantação da Escola Técnica e Parque de Energia Eólica mais moderno do mundo.  Cidade plana, limpa e segura. Oferece água de qualidade e um clima agradável; atraindo muitas pessoas que a escolhe para residir, embora permaneçam trabalhando na capital. Preserva muito bem o meio ambiente, harmonizando natureza e tecnologia num mesmo lugar, o que a transforma numa cidade ecológica, moderna e com excelente qualidade de vida. A Terra dos Bons Ventos também se destaca por seus atrativos turísticos: naturais e culturais.        
Ela está geograficamente bem situada ao pé da Serra Geral e entre águas doces e salgadas. É uma das poucas cidades brasileiras que reúne serra, lagoas e mar num mesmo lugar. Ladeada pelo Oceano Atlântico, o município dispõe de duas belas praias: Atlântida Sul e Mariápolis. Além de possuir um magnífico complexo de lagoas em seu entorno, avista-se a Serra, formada por morros cobertos pela exuberante Mata Atlântica. Cidade de natureza privilegiada reúne a beleza e a riqueza de seu ecossistema.
Além disso, é uma cidade de extrema importância histórica pelo desenvolvimento da navegação lacustre, que possibilitou a sua interligação com outros municípios trazendo prosperidade econômica para a região, bem como, o desenvolvimento político e cultural.
Osório localiza-se em região de extrema importância histórica, considerando-se os primeiros tempos de proteção e colonização das terras extremas do território. No final do século XVII, a faixa litorânea tornou-se conhecida pelos paulistas e lagunenses que vinham em busca de gado. Também era o modo de chegar ao ponto das invasões castelhanas. O caminho ficou conhecido como Estrada da Laguna.
Em 16 de dezembro de 1857, o município de Osório emancipou-se de Santo Antônio da Patrulha, levando consigo uma vasta área, de Palmares do Sul a Torres. O colonizador e o imigrante alemão ou italiano foram se instalando nas redondezas de Conceição do Arroio.
Em 1934, sem consulta popular, Conceição do Arroio passa a chamar-se Osório, por ordem do Interventor Federal Flores da Cunha, como forma de homenagear Marechal Manoel Luiz Osório, patrono da Cavalaria Nacional, ali nascido.
Historicamente, no período de 1921 a 1960, a exploração das vias navegáveis de Osório a Torres, transformando-se em um meio de comunicação e transporte de Osório - Torres, foi importante para o desenvolvimento econômico, cultural e educacional, não só para o município de Osório como para todo o Litoral Norte.
Hoje, apresenta museu e um casario antigo, vestígio da influência açoriana na região. Com seus balneários, é passagem para quem se dirige às demais cidades do litoral gaúcho.

Fonte : http://www.osorio.rs.gov.br/

Santo Antônio da Patrulha - Rota dos Sonhos

Santo Antônio da Patrulha é um dos quatro primeiros Municípios do Rio Grande do Sul, com colonização basicamente de origem açoriana, com o decorrer do tempo passou a ser ocupado também por italianos, alemães e poloneses.
Em 1760 foi elevado da condição de Freguesia para em 1809, passar a Vila e, em 03 de abril de 1811 foi instalado o Município de Santo Antônio da Patrulha que recebeu esta denominação em função das patrulhas instaladas em seu território objetivando a cobrança de impostos para a Coroa.
O município de Santo Antônio da Patrulha em 1809, foi elevado a condição de "Vila". Simultaneamente, Rio Grande, Rio Pardo e Porto Alegre, receberam a mesma condição e formam assim os quatro municípios mais antigos do Rio Grande do Sul.

As origens deste povoado remontam à própria história do Estado. Com a fundação da Colônia de Sacramento em 1680, cresce o interesse dos colonizadores portugueses em povoar e defender o território meridional do Brasil. Por volta de 1736 é aberta por Cristóvão Pereira de Abreu a Estrada dos Tropeiros. Devido ao contrabando de gado que passava por essa estrada, surgiu um "Registro" ou "Guarda", mais tarde chamada patrulha, esta fiscalizava e cobrava impostos dos rebanhos que passavam por ali e seguiam para Sorocaba e Minas Gerais.

Esse aquartelamento, é responsável por parte do nome do município, que antes chamava-se Guarda Velha de Viamão.
No início de 1743, se estabelece efetivamente na atual sede do município com "roças e casas", o Sr. Inácio José de Mendonça e Silva, que servia como soldado nessa "Guarda". Ele e sua esposa, Margarida Exaltação da Cruz são considerados os fundadores do município, pois resolveram construir em suas terras uma Capela onde hoje localiza-se a Pira, na Av. Borges de Medeiros. A Capela levara o nome de Santo Antônio, e, em volta dessa começa a surgir um povoado.

Em 1760, foi inaugurada a Capela Curada de Santo Antônio da Guarda Velha de Viamão, e entorno desta, passou a organizar-se uma vida administrativa e social. Esse núcleo que atendia todo o Litoral Norte e parte da Serra aos poucos foi crescendo e em 1809 participou da divisão do estado em quatro municípios.

A presença de casais açorianos em Santo Antônio da Patrulha deu-se por volta de 1760, sendo alguns fugidos de Rio Grande devido a invasão de espanhóis e outros avulsos. "Mas só em 1771 que oficialmente o Governador da Capitania recebeu ordens de assentar casais açorianos em Santo Antônio da Patrulha. Recebiam - DATAS - pedaços de terra de tamanho variável. Segundo o Monsenhor Ruben Neis, foram 28 casais que se localizaram entre a sede do povoado (hoje a Vila de Santo Antônio da Patrulha) e as terras da Lagoa dos Barros." Alguns imigrantes abandonaram suas datas buscando terras em outras localidades, enquanto outros ilhéus ou descendentes os sucediam. A partir daí torna-se morfologicamente definido o primeiro núcleo de povoamento, que é hoje um núcleo histórico localizado na Cidade Alta.

Os Campos do Litoral Norte do Rio Grande do Sul favorecem a criação de rebanhos bovinos e eqüinos e, a partir de 1743, são distribuídas as primeiras sesmarias, geralmente à paulistas e lagunistas, nos Campos de Tramandaí*.

Índios: Além disso, nestes campos, os índios já haviam sido capturados ou fugido para oeste. Mas têm-se notícia que nesses campos houveram indígenas das tribos Carijó (oriundos de Laguna), Arachãs e no início da Serra, próximo a São Francisco de Paula, os Caáguas, todos membros da grande Nação Guarani.

Os povoadores, gradativamente, foram solidificando uma agricultura forte para a subsistência (trigo, mandioca, e outros), mas o que impulsionou a economia do povoado que se formava, foi a produção de cana-de-açúcar e seus derivados como a aguardente. Existem registros de engenhos por volta de 1800.

* Campos de Tramandaí referem-se aos Campos do Litoral Norte do Rio Grande do Sul.

A história do Município evidencia alguns ciclos importantes em sua trajetória:
  • O ciclo da Cana de açúcar quando mais de 06 mil hectáres baseiam a produção que serve de sustentação a Agasa;
  • O ciclo do arroz que transforma a lavoura e gera a criação de cooperativas que auxiliam os produtores na armazenagem e comercialização do produto;
  • O ciclo do turismo de passagem considerando a privilegiada localização entre Porto Alegre e o Litoral Norte do Estado;
  • O ciclo metal- mecânico com a implantação de indústrias de médio e grande porte; o ciclo do calçado com o surgimento de várias fábricas de sapato e, atualmente, a diversidade econômica e cultural que sinaliza o início de uma nova era no desenvolvimento local.

  • BIBLIOGRAFIA:
    § Neis, Ruben. Guarda Velha de Viamão. Est./Sulins
    § Figueiredo, Lézia M. C. de
 Vinculado à Espanha pelo Tratado de Tordesilhas (1494), o território do Rio Grande do Sul foi cenário de lutas constantes entre portugueses e espanhóis desde a fundação da Colônia do Sacramento (1680), a margem do Rio da Prata (hoje território do Uruguai). O intento português era desviar a prata extraída pelos espanhóis e transportada para Espanha através de Buenos Aires. Seria vital aos portugueses manter uma linha de ligação ocupando o território espanhol de Laguna (final da linha de Tordesilhas) até Sacramento. Com isso a Coroa Portuguesa estaria estendendo seus domínios até o Rio da Prata e desenvolvendo uma nova atividade no processo de exploração: a preia do gado xucro. Neste período a carne não era considerada um bem econômico. Consumia –se somente o necessário para subsistência da ocasião deixando-se apodrecer o restante. O que interessava era a comercialização do couro. Esta atividade movimentou a região e atraiu o interesse pela pecuária sulina.
                       Para frear a ação portuguesa, a coroa espanhola fundou a partir de 1682 os sete povos das missões, onde a presença jesuítica deveria defender a posse da região e conservar o gado xucro estabelecido na “Vacaria Del Mar”. Tal ação jesuítica consistiu em separar parte do rebanho para a região nordeste e formar uma nova reserva, a “Vacaria dos Pinhais”.
                        No inicio do século XVIII, o eixo econômico da colônia Brasil desloca-se do nordeste açucareiro para região central. Frente a isso, o ouro, o principal produto colonial necessitaria de transporte interno da região das minas até o litoral.
                        Para efetuar o abastecimento dos mineradores e transportar o ouro, paulistas e lagunistas deslocaram-se para o território do Rio Grande do Sul objetivando capturar o gado xucro, em especial o gado muar.  Com isso estancieiros começaram a estabelecer-se na região para invernar o gado. Surgiu assim uma nova atividade no contexto sulino: os tropeiros, responsáveis pelo transporte do gado.
                        Os desentendimentos das Coroas Ibéricas no sul da América fizeram com que as duas monarquias firmassem em 1750 o “Tratado de Madri” estabelecendo que Portugal entregaria sacramento a Espanha e receberia em troca os sete povos das missões. Entretanto a demarcação dos limites foi interrompida pelos índios missioneiros que se recusavam a entregar suas terras, motivando a “Guerrilha Guaranítica” (1754-156).
                        Em 1732 é feita a doação da primeira sesmaria “Estância das Conchas” nas imediações de Tramandaí, a Manoel Gonçalves Ribeiro. Posteriormente a 1733, lagunistas mudam -se para o sul com suas famílias e procuram legalizar suas terras. São tropeiros que se transformam em estancieiros.                 
                        A partir de 1734 Cristóvão Pereira de Abreu começa a abrir a Estrada Real, que partindo de Viamão, passava por Santo Antônio da Patrulha, seguia pelo vale do Rio Rolante e subia a serra encontrando-se com a estrada dos Conventos que do vale do Rio Araranguá se dirigia para Curitiba e São Paulo.
                        No segundo semestre de 1737 foi instalada a margem esquerda do Rio dos Sinos, o “curral da contagem”. A guarda tinha a função de registrar as pessoas e as tropas que do Rio Grande do Sul, deslocavam -se para Curitiba e também efetuar a prisão de desertores. Em 1739 passa a ter a função de cobrar taxas dos animais capturados no sul para ser vendidos em Sorocaba.
                        Aos arredores da Guarda Velha de Viamão, assim denominada a partir de 1753, formou-se um povoado, residido por portugueses, espanhóis, negros escravizados e índios guarani. Em 31 de agosto de 1760 – Portaria Episcopal institui a Capela Curada na sesmaria de Inácio José de Mendonça e Silva e Margarida Exaltação da Crus ( onde hoje localiza-se o Paço Municipal de Santo Antônio da Patrulha). A jurisdição desta capela abrangia “desde o registro da serra de Viamão até o lugar chamado Lombas, correndo rumo pelo Arroio Grande de João Rodrigues, Fazenda de João Pinto, Capivari e Palmares e todos que estão situados nos Campos de Tramandaí”. Posteriormente em 26 de junho de 1762, a jurisdição da capela de Santo Antônio é ampliada atingindo os territórios de São Francisco de Paula de Cima da Serra, Vacaria e Bom Jesus, além de Tramandai, Conceição do Arroio e Torres.
                        O conflito entre as Coroas de Portugal e Espanha somente teve fim em 1801 com o “Tratado de Badajos”. Consolidada a posse portuguesa na região, seria necessário “organizar a casa” para firmar definitivamente o domínio português no território sulino.
                        Para isso o Príncipe Regente, D. João, Futuro D. João VI, criou em 07 de outubro de 1809 quatro grandes Municípios: Rio Grande, Rio Pardo, Porto Alegre e Santo Antônio da Patrulha. O último abrangendo as freguesias de Nossa Senhora da Conceição do Arroio (hoje Osório), São Francisco de Paula de Cima da Serra e Nossa Senhora da Oliveira de Vacaria.
                        Criado os Municípios estes deveriam ser instalados com as Câmaras de Vereadores que iriam administrar os territórios. No Município de Santo Antônio da Patrulha foi instalada a Câmara de Vereadores em 03 de abril de 1811, que da sede deste deveria administrar 34.184 km2.
                        A partir de segunda metade do século XIX, a questão emancipação passe a ser uma constante no território patrulhense. Neste contexto esta a Freguesia de Vacaria que em 1850 emancipou-se de Santo Antônio. Em 1857 Vacaria retorna ao Município Patrulhense enquanto Conceição do Arroio emancipa-se levando consigo toda a faixa litorânea. Em 1876 é a vez de Lagoa Vermelha emancipar-se abrangendo a freguesia de Vacaria. Lagoa Vermelha perde sua emancipação para Vacaria em 1878 passando a ser distrito desta. O Mesmo ocorreu com São Francisco de Paula em 1878 (1ª Emancipação), com Santa Cristina do Pinhal em 1880 e segundo alguns autores Taquara em 1886. Destes Municípios outros também se emanciparam formando uma arvore genealógica de filhos, netos, bisnetos e trinetos. Mas Santo Antônio da Patrulha também continuou gerando novos municípios no decorrer do século XX, é o caso do Município de Rolante que a pós um longo processo de mais de trinta anos emancipou-se em 1954, e do município de Caraá, o filho mais novo emancipado em 1996.
                        Assim, da área inicial restou 1049 km², o que faz de Santo Antônio da Patrulha a célula-mater dos municípios da região nordeste do estado do Rio Grande do Sul, de onde descendem setenta e sete municípios.

Fernando Rocha Lauck
Secretário Municipal da Cultura, Turismo e Esportes.
Graduado em História
Pós-graduado em diálogos entre a Literatura e a História do RS







Glorinha - Rota dos Sonhos

História da cidade de Glorinha
Em 1834, o Município de Gravataí Região Metropolitana de Porto Alegre - dividia-se em três distritos: Costa de Sapucaia, Freguesia da Aldeia dos Anjos e Passo Grande, mais tarde também conhecido como Rua da Glória. Nas laterais dessa "rua" - em verdade, uma estradinha ainda com traço bastante primitivo, formava-se uma pequena vila, habitada por agricultores e pecuaristas, em sua maioria descendentes de colonos portugueses. Onde movimentava-se num centro composto por meia dezena de casas de comércio (açougue, armazém de secos e molhados, quitandas com frutas e verduras, etc.), um clube recreativo, uma escola e uma primeira Capela  construida pelos colonos, onde, aos fins de semana, assistiam às missa e celebravam festas religiosas.
Em 1906, essa capelinha original batizada como Igreja Matriz Nossa Senhora da Glória, com o Distrito de Passo Grande experimentando avanço importantes no seu desenvolvimento, pois por ali cruzava a estrada que era o  elo de acesso entre a Capital e o Litoral Norte, passagem obrigatória para os ousados "veranistas" que faziam sua longa viagem a caminho das praias.
A Rua da Glória também era rota tradicional de tropeiros, caixeiros-viajantes e carreteiros, que aproveitavam a sombra das  figueiras para o seu descanso e pernoite, criando uma aconchegante e movimentada pousada ao ar livre.

PASSO GRANDE - RUA DA GLÓRIA - VILA DA GLORINHA - NOSSA SENHORA DA GLORINHA

Por volta de 1910, a povoado começa a ser identificada como a Vila da Glorinha - o nome de sua Santa Padroeira e passa, de modo curioso, a representar, ao mesmo tempo, a denominação de vilarejo: Nossa Senhora da Glorinha
E  Glorinha logo depois transforma-se em Distrito, subordinado administrativamente às Prefeitura de Gravataí. Seu território abriga outras etnias, além dos pioneiros portugueses/arianos, dos contingentes de negros libertos da escravidão e dos descendentes de  missionados que por ali viviam: Alem dos  italianos.
 
Em 1936, a pioneira estrada de chão batido que cortava a Vila da Glorinha desde os tempos em que era chamada Passo Grande, inaugurada como a primeira via asfaltada do Estado - a RS-030.
A partir de 1960, com a diversificação gradual da economia brasileira, Glorinha passou a ser a mais importante bacia leiteira do Rio Grande do Sul, com o leite e seus derivados despontando e consolidando-se como principal fonte de riqueza do Distrito, ao lado da comercialização de produtos derivados do leite de cabra, engenhos de arroz, atafonas, atividade agrícola desde hortifrutigranjeiros - cultivados em estufa - às piscicultura e às pecuária de corte, somando-se a emergentes industrias  de laticíneosos e ao grande potencial natural da região para o desenvolvimento do turismo rural e ecológico
 
TEMPOS DIF̓EIS PARA O DISTRITO DE GLORINHA
Toda esta pujança no entanto, pouco representava em retorno para o progresso do Distrito, distante de sua sede, em Gravataí.
E em 1972, com a construção da auto-estrada BR-290 (a primeira freeway do país, ligando Porto Alegre a litoral norte em sentidos expressos, os antigos viajantes da Rua da Glória e depois a estadual RS-030 - mudaram de trajeto e Glorinha ficou como que esquecida, sofrendo um impacto negativo em seu mercado de serviços e na comercialização dos produtos  gerados por centenas de pequenos trabalhadores rurais da região.
Este peródo recessivo ainda mais agravado pelo crescimento vertiginoso da região metropolitana, de Gravataí, e com o município de  Glorinha - tornando-se tipicamente rural  e desprezada em atendimentos de recursos..
Foi exatamente este impasse, estabelecido em plena primeira dêcada de 1980 entre a população e as inquietas lideranças do cada vez mais empobrecido Distrito de Glorinha, que provocou a centelha de um sonho de "independência", a busca ansiada da auto-determina, a construção do próprioo caminho e a decisição de um futuro mais digno.
A nascente palavra-de-ordem tinha um significado e peso mais do que absoluto: EMANCIPADO!
Esta conquista histórica  aconteceu em 4 de maio de 1988,
há exatos quinze anos. Pela Lei n° 8590, assinada pelo então governador Pedro Simon, nascia o Município  de Glorinha, hoje um dos mais prósperos  do Estado do Rio Grande do Sul.